Como a IA transforma nossas interações e identidade.
A partir da Revolução Industrial nos séculos XVIII e XIX, profundas transformações sociais vêm acontecendo de maneira quase sistemática em toda parte da humanidade. As mudanças são tantas que, na contemporaneidade, é até difícil classificar qual tecnologia mudou, de fato, aspectos específicos da sociedade, visto que tudo acontece ao mesmo tempo. Muitas vezes, é difícil diferenciar uma realidade da outra, principalmente quando estamos falando de avanços tecnológicos que mudam o mundo.
Tudo acontece primeiro onde as pesquisas realmente ocorrem; hoje, podemos dizer que EUA, UE e China são os grandes polos onde novas tecnologias impactam de fato as sociedades locais, e aos poucos isso vai se espalhando pelo mundo. É um processo tradicional de transformação e crescimento tecnológico. Porém, é notável que a velocidade entre as transformações vem diminuindo: da primeira Revolução Industrial, da máquina a vapor para a revolução da eletricidade, foram quase 100 anos; entre a eletricidade e os transistores, cerca de 50 anos; do transistor para a informática, perto de 25 anos; e assim sucessivamente.
Em 2025, vemos a ascensão da IA (Inteligência Artificial), que começou lá em 2018 com a criação de um algoritmo revolucionário na geração de texto e que foi expandido para todas as áreas de aplicação imagináveis, desde a produção de conteúdos para a internet até a previsão do formato espacial de enzimas. E agora vemos a IA revolucionar cada vez mais nosso dia a dia; não vai demorar para termos IAs executando todo tipo de atividade que antes era feita por pessoas. A revolução dos agentes de IA — sistemas de IA que são especificamente treinados para executar determinadas tarefas — está em pleno crescimento, e hoje já podemos ver diversas funções que serão substituídas por algum software.
Tal qual as outras revoluções tecnológicas, essa nova transformação vai modificar profundamente como a humanidade interage e até se identifica com o mundo. O trabalho criativo e o pensamento crítico, mais do que nunca, serão a chave para conviver de maneira saudável com essas novas tecnologias. Pois, ao contrário do que se pensa, estamos a um passo de literalmente conviver com máquinas que imitam comportamentos humanos. Essa será uma grande revolução de relacionamentos na qual estamos entrando.
A relação entre humanos e máquinas será ainda mais intensificada, e, por consequência, a disputa de atenção entre humanos e máquinas ficará ainda mais acirrada, à medida que as máquinas podem aprender com facilidade a se adaptar aos gostos individuais de cada humano, enquanto os seres humanos em si não têm essa mesma flexibilidade. Já vivemos em um mundo onde as relações reais, fora do mundo online, estão cada vez mais frágeis e menos frequentes. Imagine como será quando assistentes como Alexa ou Siri forem ainda mais inteligentes e conseguirem ter conversas fluídas por áudio e até vídeo com qualquer pessoa. Será mais agradável conversar com algo que é normalmente favorável e agradável à sua personalidade ou enfrentar o desafio de conversar com outros seres humanos com opiniões e pontos de vista divergentes? E não se deixe enganar pensando que isso é papo de ficção científica, de filme e histórias irreais. Se você está no meio, já sabe que o que estou falando é verdade; mas para você que não é desse setor, saiba de uma coisa: a tecnologia para fazer tudo isso que acabei de dizer já é uma realidade comercial. O que vai acontecer agora é a evolução dessa tecnologia para a expansão, mas ela já está aí e já é vendida. Então, não se assuste quando ver um anúncio de um Jarvis ou uma namorada virtual por 19,90 por mês. Isso já existe.
Agora, o que faremos como humanidade será algo muito interessante. Será que vamos sucumbir socialmente e viver de maneira completamente egoísta e autocentrada, ou vamos usar todas as vantagens dessas tecnologias para diminuir as desigualdades materiais e promover a expressão individual? Estou ansioso para escrever mais sobre isso no futuro.
